quarta-feira, 23 de junho de 2010

Corda almejada


A ambição por variabilidade social cresce desproporcionalmente ao anseio por igualdade. Pode-se observar que as diferentes classes têm o mesmo ideal: assemelharem-se aos ditames mais bem aceitos – por tradição ou modismos.

Ainda que pareça contraditório, centenas de indivíduos se unem para serem diferenciados ao se camuflarem uns com os outros. Assemelham-se à formação de uma corda: vários fios de pessoas se entrelaçam para compor um trecho forte – distinto das frágeis linhas apartadas; eles se unem e protegem-se, formam a poderosa elite. A falha está em que esse cabo poderá ser escalado por alheios que, por fim, atingem o topo da fortificação e podem manipular aquela união a seu próprio gosto.

Sendo assim, as pessoas não examinam que ao perderem seu diferencial adentram, até falsamente, em ambientes que não são os seus e podem ser alegremente controlados. As características que iriam levá-las à evolução são substituídas por moldes sociais; isto ocorre pela conveniência ou pelo medo de serem os esdrúxulos capazes de chocar e mobilizar a estagnação cerebral dos iguais. O importante é que elas continuam na moda.

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