sexta-feira, 9 de abril de 2010

Quem dá mais?


Quanto vale uma vida? Na atual conjuntura social, pode se considerar um real como uma boa oferta - sem hipérbole.
Existem 6,6 bilhões de pessoas no mundo; quem se importa se morreu mais um, dois, três...? Tem vida demais nesse planeta. Perde-se um aqui, outro lá, mais um acolá. Estamos nos acostumando a tragédias. E dai se houve terremoto no Japão? Ciclone em Santa Catarina? E o tornado nos Estados Unidos? Milhares de mortos no Haiti? Deslizamentos no Rio de Janeiro ? Ih, agora está ficando próximo - Mas, que bobagem! Pensa o egoísta que o essencial é que o próprio não seja atingido. Catástrofes com a vida alheia não impactam mais. Os gritos da natureza soam como cantos líricos.
Deve o indivíduo banal acordar e perceber que seu egoísmo não é a chave da vida.
A frieza predomina. Importamo-nos apenas quando quem falece é nosso parente próximo bem próximo ou amigo chegado bem chegado, ai então choramos - será que choramos mesmo?
O lamentável é ninguém sequer lamentar.

Terouser

"Quanto mais intensa é a preocupação do indivíduo com o poder sobre as coisas, mais as coisas o dominarão, mais lhe faltarão os traços individuais genuínos." Horkheimer

"Comprar a coleção de roupa recém-lançada, as inovações em computação, os eletrodomésticos de última geração e o mais novo modelo de carro representa um sinal infalível de status, correspondendo ao desejo de projetar o "ter" para substituir o vazio do "ser".
Agindo desse modo, muitos se esforçam e fingem que estão se divertindo, querem acreditar que estão se divertindo. Na verdade, 'através da máscara da alegria se esconde uma crescente incapacidade para o verdadeiro prazer'".
Gilberto Cotrim